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Anticoncepcional aumenta o risco de trombose?

Embora possa estar associado, o risco varia de acordo com cada organismo; causa pode ser associada a outros fatores como ser fumante e ter mais de 35 anos

Créditos: Kalinovskiy/iStock

Desenvolvida na década de 1960, nos EUA, a pílula anticoncepcional revolucionou a forma que a reprodução humana era conduzida, trazendo mais liberdade para as mulheres escolherem o melhor momento de serem mães. Embora não muito aceito na época e condenado pela Igreja Católica, o anticoncepcional oral representou uma revolução nos hábitos sexuais, abrindo caminhos para relações mais livres, sem o intuito de reproduzir. 

A pílula, que chegou ao Brasil em 1962, é uma inovação que proporcionou às mulheres optar por um método mais eficiente, com uma taxa de 99,7% de eficácia; de fácil utilização e financeiramente acessível. Todavia, assim como qualquer fármaco, existem efeitos colaterais que acompanham o uso do medicamento, como náuseas, vômitos, dores de cabeça, ganho de peso e, em alguns casos mais raros, o desenvolvimento de trombose.

O tromboembolismo venoso é um efeito colateral raro que pode ser causado pelo uso continuado de contraceptivos hormonais combinados de estrogênio e progesterona. Ocorre quando há formação de coágulo na corrente sanguínea que pode causar o bloqueio total ou parcial do fluxo em uma veia ou artéria no organismo. Existe a trombose venosa, quando o coágulo é formado nos membros inferiores e pode agravar se o coágulo se desprender e migrar para áreas mais importantes do corpo, como pulmão, coração ou cérebro.

Segundo o artigo “Risco de trombose venosa relacionada ao uso de anticoncepcionais orais”, publicado em 2022, pelas pesquisadoras Adria Lago, Renata Marques, Samuel Santana e Victoria Cardoso, na revista científica Research, Society and Development, embora o desenvolvimento de trombose possa ser relacionado ao uso do contraceptivo, outros fatores devem ser considerados de modo particular, como a idade, a genética e mesmo hábitos nocivos à saúde.

De acordo com o estudo, alguns fatores aumentam o risco dos efeitos colaterais cardiovasculares. Segundo as pesquisadoras, a trombose foi mais frequente em mulheres acima de 35 anos, fumantes e com “história familiar ou história de doença tromboembólica, obesidade, doença cardiovascular, hipertensão arterial, sedentarismo, cirurgia ou Diabetes Mellitus”. Todavia, ainda é preciso considerar o histórico individual de cada mulher, devido a cada “organismo ser diferente, por isso o acompanhamento de um profissional médico se faz tão necessário para a saúde da mulher”.

Métodos alternativos e tratamento de trombose

Para mulheres que estão no grupo de risco ou apresentam sintomas iniciais de trombose, é essencial buscar orientação médica e considerar métodos contraceptivos alternativos, como o DIU hormonal ou não hormonal, que oferece proteção por 5 a 10 anos, e os implantes contraceptivos subdérmicos, eficazes por até 3 anos. Além disso, é fundamental lembrar que o uso de preservativo continua indispensável para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Para aquelas que já foram diagnosticadas com trombose venosa, é preciso realizar o tratamento completo, que pode ser finalizado em até 6 meses. Nos casos mais simples, basta seguir as recomendações médicas de repouso absoluto e o uso de anticoagulantes receitados pelo médico. Para ajudar na redução do inchaço, pode-se optar pelo uso de meias para circulação feminina, que ajudam a comprimir os vasos dilatados, e auxiliam na circulação sanguínea.

Já os casos mais graves, pode exigir a realização de cirurgia para a retirada dos trombos, ou seja, dos coágulos que estão bloqueando os vasos sanguíneos, com o uso de técnicas de trombectomia mecânica, que é uma pequena cirurgia minimamente invasiva realizada com o auxílio de um catéter para a retirada do coágulo, ou pela fibrinólise química, que são remédios que ajudam a desfazer o coágulo aplicados diretamente na veia do paciente.

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