Essa prática garante um destino adequado para materiais, que, em contato com o meio ambiente, causam efeitos nocivos para a biodiversidade
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A compra de um carro novo é sempre um momento especial para o motorista. Entretanto, quando o veículo não atende mais às necessidades do dono, é necessário buscar maneiras inteligentes de se desfazer dele. O destino mais comum é a sua venda a outras pessoas. Quando essa opção é inviável, a reciclagem torna-se uma possibilidade.
A reciclagem de carros é difícil, mas não impossível. Quando um veículo chega ao final de sua vida útil, muitos perguntam-se o que fazer com o bem e desconhecem que é possível reaproveitar peças e componentes, destinando-os tanto para a reciclagem quanto para o reúso.
Dando uma nova vida útil a esses materiais, garantimos a preservação de recursos naturais. Essa preservação se dá de duas formas principais: uma menor quantidade de recursos naturais é extraída da natureza e empregada na confecção de novas peças e veículos, e a reutilização garante um destino apropriado para eles.
O descarte inadequado de veículos e suas peças pode causar danos ambientais incalculáveis. Diversos de seus componentes podem contaminar o solo, corpos d'água e o ar quando depositados em áreas impróprias, como terrenos baldios, aterros sanitários e outros.
Os automóveis contam com diversas substâncias que, em contato com a natureza, são nocivas à biodiversidade. Óleos, metais pesados em baterias, fluídos de freio e de arrefecimento, aço, plástico e borracha são alguns deles.
Em contato com o solo, essas substâncias prejudicam a sua qualidade e afetam diretamente a vida vegetal, animal e humana. Essas substâncias podem, ainda, poluir corpos d’água quando depositados em áreas de encostas ou ao penetrar no solo, atingindo lençóis freáticos, danificando a vida aquática e podendo contaminar pessoas através do consumo. Quando expostos ao sol e ao vento, também liberam gases de efeito estufa, prejudicando a qualidade do ar, ainda correndo risco de serem queimados, aumentando seu potencial nocivo.
As borrachas de pneus, plásticos de painéis e para-choques, vidros de janelas e para-brisas e metais da carcaça do veículo são materiais que podem ser reutilizados, ganhando um destino mais adequado.
Quando em bom estado, os automóveis podem ser desmontados, com suas peças vendidas separadamente.
Caso esse caminho seja impraticável, a remanufatura desses materiais auxilia na fabricação de componentes novos, auxiliando na preservação do meio ambiente com a diminuição da extração de recursos. Além de gastar menos recursos, a atividade da reciclagem possui um impacto menor através dos gastos em energia e da emissão de gases poluentes.
No Brasil, em 2014, foi criada a Lei do Desmanche (12.977/2014), estabelecendo parâmetros para a desmontagem de automóveis. A legislação é um importante avanço para o destino apropriado de carros avariados, como também discute o mercado ilegal de vendas de peças e o roubo de veículos.
Apesar disso, a atividade ainda enfrenta dificuldades, dada a frota de veículos em circulação no país: são 119.227.657 veículos contabilizados em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, com base no IPVA.
A falta de incentivos fiscais para pessoas e empresas que reciclam também torna investimentos no setor pouco atrativos e dificulta o estabelecimento de instalações e de sistemas integrados de coleta, desmontagem e encaminhamento de peças, assim como a remanufatura. Programas de conscientização também são limitados, dificultando a divulgação e o acesso ao conhecimento.
Um veículo que não atende mais às necessidades de um motorista pode ganhar uma nova vida nas mãos de outras pessoas. Antes de chegarem ao ponto de se tornarem sucata, os carros podem ser vendidos ou repassados para outras pessoas, como familiares aprendendo a dirigir. Outra alternativa é vendê-los em leilões; basta pesquisar na internet quais os melhores leilões de carros da região para encontrar um local próximo e de confiança para a operação.
